O Nordeste brasileiro é referência nacional quando o assunto é energia eólica. A região concentra mais de 85% da capacidade instalada de geração eólica do país, graças às suas condições climáticas excepcionais. Os ventos constantes e intensos, principalmente nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Piauí, criam um ambiente ideal para a instalação de parques eólicos.
Atualmente, a região Nordeste possui mais de 700 parques eólicos em operação, com capacidade instalada superior a 25 GW. Estes números colocam o Brasil entre os dez maiores produtores de energia eólica do mundo. A geração eólica já representa mais de 12% de toda a energia elétrica consumida no país, e este percentual continua crescendo ano após ano.
Os benefícios socioeconômicos da energia eólica para o Nordeste são significativos. A instalação e operação dos parques geram milhares de empregos diretos e indiretos nas comunidades locais. Além disso, os proprietários de terras onde são instaladas as torres eólicas recebem arrendamento, criando uma fonte adicional de renda para famílias rurais.
Do ponto de vista ambiental, a energia eólica é extremamente limpa. Um único aerogerador de grande porte pode evitar a emissão de cerca de 4.000 toneladas de CO2 por ano, comparado à geração termelétrica. Multiplicando este número pelos milhares de aerogeradores instalados no Nordeste, o impacto positivo no meio ambiente é imenso.
A complementaridade entre energia eólica e solar também é uma vantagem estratégica. Durante o dia, a geração solar é mais intensa, enquanto os ventos costumam ser mais fortes durante a noite. Esta combinação natural permite um fornecimento mais estável de energia renovável ao sistema elétrico brasileiro, reduzindo a necessidade de acionamento de termelétricas.
Os investimentos continuam chegando. Novos parques eólicos estão sendo planejados e construídos, incluindo projetos offshore na costa nordestina. A energia eólica offshore, gerada em alto-mar, tem potencial ainda maior que a onshore, com ventos mais constantes e intensos. O Brasil está apenas começando a explorar este recurso, que pode multiplicar a capacidade eólica do país nos próximos anos.